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O
Castelo
Jóia preciosa e rara, talvez única, de puro quartzo
branco-rosado, engastada na granítica e majestosa
Serra da Estrela, o Castelo domina, altaneiro, o
Vale do Mondego, um horizonte imenso, inúmeras e
graciosas povoações e junto dele se aconchegaram os
primeiros habitantes desta antiquíssima vila serrana
a que chamaram Folgosinho.
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O
Pelourinho
Símbolo da autonomia e liberdades concelhias,
outorgadas pelos Forais dos nossos primeiros Reis, O
Pelourinho eleva-se, na Praça, frente às “Casas da
Câmara”, tantas vezes citadas nas actas da mesma
Câmara, onde a comunidade se reunia e assistia às
assembleias, aos julgamentos e respectivas sentenças
dos juizes.
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E hoje? Continua a ser o “traço de união entre o
presente e o passado”, um documento vivo da história
e da cultura do povo de Folgosinho (16).
Como outrora, é ali que se reúne o povo que quer
arrematar as águas para regar, as madeiras da Junta,
é ali que se decidem e esclarecem todos os assuntos
dos baldios, da povoação, da Serra, dos caminhos e
de interesse geral.
(...)
No século dezanove, a onda devastadora do
liberalismo
e de paixões incontroláveis dos povos mal informados
ou ressentidos com o que os pelourinhos presenciaram
ou com regalias perdidas, muitos foram destruídos ou
mutilados (*).
O de Folgosinho também não escapou a este vendaval
que varreu Portugal de lés-alés, e teria sido
destruído, em 1864, não ficando pedra sobre pedra
(17).
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O novo Pelourinho foi reconstruído em 1937, à imagem
e semelhança do primitivo, segundo referências dos
“arquitectos” que o conceberam e do engenhoso
artífice que o executou.
O monumento que hoje admiramos, é constituído por
três degraus em quadrado, de rebordo boleado, sobre
os quais assenta uma robusta coluna de quatro faces
lisas e rectangulares, com esquinas levemente
chanfradas, a partir quase do fundo até ao capitel.
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A
Forca
(...)
Em que consistia este instrumento de justiça? Dois
esteios de pedra, ao alto, cravados na rocha, com
uma ou mais traves, por cima, donde suspendias os
condenados, por meio de cordas.
Em geral situavam-se fora das povoações, a cerca de
200 ou 400 m de distância, num lugar alto, à vista
do povo que ali se deslocava. A maior parte foram
destruídas.
Da forca ou forcas de Folgosinho resta apenas o
lugar, para sempre baptizado “Cerro das Forcas”,
como toda a gente lhe chama, a uns 200 metros do
Outeiro, junto do caminho que segue para a Calçada
de Galhardos.
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In « Leonel Abrantes - Vila de Folgosinho -
Folgosinho 1993 »
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